Na manhã desta última sexta-feira (29/08), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro que não pretende perder tempo assistindo ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente e outros sete réus serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por diversos crimes, entre eles tentativa de golpe de Estado.
Em entrevista concedida à Rádio Itatiaia, Lula disparou: “Eu não vou assistir ao julgamento não. Tenho coisa melhor para fazer.”. Logo depois, o atual presidente comentou sobre a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos do dia 8 de Janeiro: “Não se discute anistia. É uma coisa tão impertinente. Ninguém foi, ainda, condenado. O homem [Bolsonaro] não foi nem julgado. Ele já está querendo anistia, já está dizendo que é culpado e quer ser perdoado. Não, ele tem que primeiro provar a inocência dele.”, declarou o petista.
Na sequência Lula continuou: “Ele [Bolsonaro] que prove que é mentira. Ele que prove que não tinha caminhão com bomba no aeroporto de Brasília. Ele que prove que ele não tinha um plano arquitetado pra matar o Lula, pra matar o [vice-presidente Geraldo] Alckmin, pra matar o [ministro do STF] Alexandre de Moraes.“, destacou por fim.
Saiba mais detalhes do julgamento
O julgamento da ação penal que acusa o ex-presidente de tentar um golpe de Estado ocorrerá a partir do dia 2 de setembro, na próxima terça-feira, e será aberto ao público. Ele está previsto para durar duas semanas, com cinco sessões marcadas, até o dia 18 do mesmo mês. A Primeira Turma do STF vai analisar todo o caso para decidir se condena ou absolve os réus. O colegiado é composto por Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino.
Basta o voto de três ministros para que Bolsonaro e os outros réus sejam condenados. Se a maioria do STF comprar a tese da acusação, o próximo passo será definir a dosimetria — em outras palavras, o tamanho da pena que cada um terá de cumprir, de acordo com o peso dos crimes reconhecidos.